terça-feira, 17 de janeiro de 2012

CASA-FORTE DO CUÓ




Após o término das invasões holandesas à capitania do Rio Grande (1633-1654), iniciou-se o processo de concessão de sesmarias – porções de terra destinadas à pecuária. Um dos primeiros sesmeiros do Seridó foi o Coronel Antônio de Albuquerque da Câmara. Com a doação dessas terras, antes pertencentes aos indígenas tapuias Tarairius (Janduís, Canindés e Pegas – ou Peccas), houve uma forte reação dos indígenas à presença luso-brasileira. A apropriação da terra indígena provocou assim sangrentos confrontos bélicos conhecidos pelos portugueses como Guerras dos Bárbaros (1683-1713).

Para defender os proprietários de terra, em 1683 por iniciativa do Coronel Antônio de Albuquerque da Câmara foi construída uma casa fortificada que serviria de habitação e ao mesmo tempo posto defensivo (1687-1690). Esse ponto estratégico ficava no sítio Penedo.

No auge do conflito, a Casa-Forte do Cuó, como descreviam os documentos da época, abrigou as tropas de Antônio de Albuquerque da Câmara, posteriormente acudidas pelos soldados do Terço Paulista sob o comando de Domingos Jorge Velho, contratado para combater os índios seridoenses nas proximidades de Jardim de Piranhas em outra casa-forte. O mesmo personagem que, com suas tropas, anos depois, combateria o Quilombo dos Palmares.

O termo “Cuó” é o mesmo que Acauã (tupi) em língua tarairiu, pássaro devorador de cobras (Herpetotheres cachinnans (L.)). Se a ele acrescentarmos “Quei” (rio, também um termo tarairiu) temos Queiquó (Rio Acauã, posteriormente, Seridó) que daria origem ao nome de Caicó.

A Casa-Forte do Cuó é um importante patrimônio histórico, pois foi uma das primeiras construções coloniais do Seridó. É um marco também do massacre aos povos indígenas seridoenses. Foi a partir do movimento de tropas na Casa-Forte que mais tarde o arraial do Queiquó daria origem à nossa cidade. Atualmente restam somente vestígios de seus alicerces.


Endereço: Próximo ao Hospital Tiago Dias

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