sábado, 21 de agosto de 2010

teoria kantiana da beleza


1 – VIDA E OBRAS:
Immanuel Kant ( 22 de Abril de 1724 - 12 de Fevereiro de 1804), filósofo alemão. Fundador da filosofia crítica.viveu e morreu em Konisberg, uma cidade da Prússia Oriental (Alemanha). Filho de um comerciante de descendência escocesa. Recebeu uma educação pietista. Frequentou a Universidade como estudante de filosofia e matemática. Dedicou-se ao ensino, vindo a desempenhar as funções de professor na Universidade de Konisberg.

Kant manifestou grande simpatia pelos ideais da Independência Americana e depois da Revolução Francesa. Foi um pacifista convicto. É lendária a forma extremamente regrada como vivia. Conta-se que a população de Konisberg acertava os relógios por ele quando passava pelas suas janelas nos seus passeios diários, sempre às 16h30. Morreu aos 80 anos.

Obras

Pensamentos sobre o verdadeiro valor das forças vivas (1747), História Universal da Natureza e Teoria do Céu (1755), Monodologia Física (1756), Meditações sobre o Optimismo (1759), A Falsa Subtileza das Quatro Figuras Silogisticas (1762), Dissertação de 1770. Sobre a Forma e os Princípios do Mundo Sensível e do Inteligível (1770), Prolegómenos a toda a Metafísica Futura (1783), A Religião nos Limites da Simples Razão, Crítica da razão pura (1781, 1º.ed., 1787,2ª.ed.), Fundamentação Metafísica dos Costumes (1785), Crítica da Razão Prática (1788), Crítica da Faculdade de Julgar (1790).

2- O JUÍZO DE CONHECIMENTO E O JUÍZO DE GOSTO:

Kant desloca o centro de existência da beleza do objeto para o sujeito. Em vez de tentar solucionar os problemas estéticos (beleza e o da arte), ele demonstra que são insolúveis. Essa impossibilidade de resolver tais problemas, vem, primeiro da diferença existente entre os juízos de conhecimentos e os juízos estéticos (juízos de gosto).
Os juízos de conhecimento emitem conceitos que possuem validade universal, e se baseiam em propriedades do objeto. O juízo estético não emite conceito, ele decorre de uma simples reação pessoal do contemplador diante do objeto.

3- O JUÍZO ESTÉTICO E O JUÍZO SOBRE O AGRADÁVEL:

No pensamento kantiano também se distingue os juízo estético do juízo sobre o agradável. Um juízo sobre o agradável é baseado numa pura sensação subjetiva, o agradável é aquilo que agrada aos sentidos, na sensação.
Dessa forma, o juízo estético é ambíguo. Ele parece com o juízo sobre o agradável por se basear numa simples sensação de prazer que o sujeito experimenta diante do objeto, mas difere, por que a pessoa que gosta de um quadro não se conforma que este seja belo apenas para ela, e exige, pra esse juízo subjetivo, um assentimento geral, como se tivesse emitido um conceito objetivo.
Também se difere do juízo de conhecimento por que não exprime nenhum conceito fornecido pelas propriedades do objeto, mas simplesmente uma sensação que foi agradável ao sujeito.

4- CARACTERISTICAS DA BELEZA:

Quando o sujeito emite um juízo estético, não esta exprimindo um conceito decorrente das propriedades do objeto, mas apenas uma sensação de prazer (ou de desprazer) que ele experimentou diante do objeto. No entanto, o sujeito exige sempre para esse juízo estético, sem conceito, uma validez universal.
A razão disto é que a beleza é resultado das faculdades necessariamente comuns a todo homem, a sensibilidade, ou a imaginação, aliada ao entendimento.
A satisfação determinada pelo juízo de gosto ou a beleza, é uma necessidade subjetiva que aparece como objetiva. Essas faculdades comuns a todos, produzem a sensação de prazer ou desprazer. Por isso é natural que, o sujeito, ao experimentar uma sensação de prazer diante de uma obra de arte, exija a aprovação geral.
Existem duas formas de prazer, assim como as diferenças entre o juízo estético e o juízo sobre o agradável. O prazer interessado, por exemplo: quando uma pessoa se alimenta, tem um interesse físico de satisfação, de forma que o prazer causado por esta sensação é um prazer interessado. Mas se a mesma pessoa experimenta uma sensação de alegria diante de uma rosa, é uma alegria desinteressada.
O sentimento da beleza não procura satisfazer nenhuma inclinação, é um sentimento puramente contemplativo, é um prazer desprovido de interesse.

5 - FIM E FINALIDADE:

O fim, considerado como satisfação, tem sempre um interesse como motivo trazido sobre o objeto do prazer. A finalidade é algo que o sujeito descobre no objeto e que excita suas faculdades. O fim esta ligado ao objeto e sua utilidade, e a finalidade esta ligada ao sujeito e a sensação de prazer que ele experimenta.
O prazer causado pela finalidade é decorrente da apreensão da forma do objeto pelo sujeito, é um julgamento estético sobre a finalidade do objeto. A satisfação determinada pelo juízo de gosto é uma finalidade sem fim.

6 - BELEZA LIVRE E BELEZA ADERENTE:

A distinção entre Beleza livre e Beleza aderente deriva da destinação entre finalidade e fim. Quando um sujeito observa um carro, por exemplo, ele não pode nunca olhar de forma desinteressada, por que tem sempre em vista o fim útil a que ele se destina. Quando um sujeito observa um quadro, tem em vista o prazer do contemplador. Mas, se o quadro representa a imagem de um Gato, por exemplo, a contemplação da Beleza é encoberta pelo conceito que fazemos de um Gato, enquanto que se o quadro apresenta formas geométricas, a contemplação é mais desinteressada e livre, portanto mais pura. É por isso que a beleza ligada às artes figurativas é aderente (por que adere ao conceito das coisas representadas); a Beleza livre é a que se liga as artes abstratas, que representam formas puras.
A concepção kantiana do prazer desinteressado e a satisfação determinada pela Beleza livre, é considerada a única Beleza esteticamente pura.

Frustração e dor...




Às vezes paro pra pensar e refletir sobre a minha vida, sobre minhas ações, se certas ou erradas, sobre o futuro. Sempre acreditei que eu fosse triste porque eu tinha que ser. Sempre acreditei no amor, que um dia talvez ele chegasse. Sempre acreditei, mas acabei me iludindo. Hoje, refletindo, eu não me sinto triste, me sinto altamente frustrado.

Na verdade eu fui minguando ao longo dos anos, com o passar irrefreável do tempo. Não me dei conta, não se deram conta. E assim fui indo, como uma lua não mais cheia, como um copo d’água evaporando sob o sol quente.

Não sei como se deu, nem causas e razões, se é que houveram. Quando percebi, já tarde, o retorno tinha passado. Não chorei quando devia, não briguei quando devia.
Talvez tivesse sido isso. Ou não. Sei somente que fui me consumindo numa fogueira estranha, fria, onde meus pedidos de socorro não eram ouvidos por ninguém. Também não sei se pedi socorro. Nem se eu queria socorro.

Olhando pra trás, num exercício sempre deprimente por si só, vi meus laços se afrouxando até se soltarem. E assim se foram amores e amigos. Mesmo sozinho, continuei lutando. Mas num dado momento, que não sei mais qual foi, fui me entregando, primeiro discretamente, depois vergonhosamente, baixei minhas armas ao chão e vi meus inimigos me cercando, me machucando por prazer, e não resistia mais. Fui perdendo aos poucos, e no final, estava derrotado, completamente.

Se ainda houvesse quem se desse conta, as pessoas do meu passado tão distante, talvez me perguntassem por que foi assim, e não saberia a resposta, como não soube a resposta de muitas coisas pelo meu caminho. E ainda hoje continuo sem saber. Talvez eu fosse fraco, e isso já bastasse para chegar aonde cheguei. Talvez fosse autodestrutivo, como certa vez me disseram. Talvez simplesmente não houvesse motivo algum.

Me lembro de um tempo de antes, bem de antes, onde as coisas não estavam perdidas pra mim. Sinto saudades. Havia esperanças, havia futuro. Hoje já não sei se há mais. Preso, encastelado no mundo que criei ou criaram para mim, me resignei e fiquei onde estou agora, minguando, mergulhado na destruição de uma vida desperdiçada, na desolação de uma solidão fria, imensa, gélida, com ecos de silêncio por todos os cantos.

Não tenho nada. Não fui nada. Não deixei nada. Essa é minha história de vida, melancólico e sozinho, esperando minguar até o fim, e se tiver que ser assim, esperando que esse fim venha logo, que não tarde a chegar, pois sofrimento queima, machuca, arde, dói. E eu já sofri demais.