segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Crátilo

O Crátilo é o texto que funda da discussão filosófica sobre a linguagem. Escrito no século V a.C. esse diálogo apresenta apenas três personagens: 1) Crátilo, filósofo que tem uma compreensão naturalista da linguagem, 2) Hermógenes, que a princípio tem uma visão convencionalista em relação à linguagem e, por último, Sócrates, ou melhor, o Sócrates platônico, pois neste momento de sua obra é “Platão que fala pela boca de Sócrates”.


Neste diálogo Crátilo e Hermógenes representam os dois pólos extremos e, por conseguinte, em conflito de pensamento. Crátilo defende a tese de que os nomes ou são verdadeiros, ou não são nomes de qualquer espécie. Para ele, ou uma palavra é a expressão perfeita de uma coisa, ou é apenas um som articulado.


Por sua vez, Hermógenes defende que o ato de nomear, de dar nomes aos objetos, é convencional. Para ele os nomes podem ser dados arbitrariamente de acordo com os interesses e valores sócio-culturais envolvidos. Já Sócrates surge como a alternativa a estes dois pólos antagônicos. Segundo ele, o objetivo da especulação sobre a linguagem não é demonstrar se a mesma é natural (posição de Crátilo) ou convencional (posição de Hermógenes), mas que tem uma dimensão natural, no sentido que há categorias universais e metafísicas a serem observadas, e, ao mesmo tempo, convencional, visto que a mesma está ligada à diversidade das atividades sócio-culturais do ser humano.

Para Platão, o discurso é de "natureza híbrida, verdadeira e falsa ao mesmo tempo". Assim os nomes são simultaneamente por natureza e por convenção. Sendo os nomes, nessa fase do pensamento linguístico de Platão, a essência do dizer, da linguagem, esse é o pressuposto necessário implicado pelo dogma platônico de que o conhecimento humano é possível e de que a linguagem tem propriedades que permitem ao mesmo tempo a enunciação do verdadeiro e do falso. Na visão platônica da palavra, tem uma função de representação do inteligível, assim, as duas teses contrárias convergem e são superadas, tendo ambas algo do verdadeiro. Desse modo, a linguagem, enquanto instrumento, tem o seu papel no aprimoramento do intelecto e é um meio na busca do conhecimento da essência. Por fim, é preciso afirmar que Platão aceita de forma parcial a tese apresentada pelos sofistas, ou seja, de que o conhecimento é uma produção sociocultural. Dessa forma, a linguagem emerge como uma consequência dessa produção. Ele não nega a dimensão sociocultural para a produção do conhecimento e da linguagem. Entretanto, termina o diálogo apontando para a existência da teoria das ideias ou formas, a qual emerge como um lugar seguro para explicar a origem e a função da linguagem.

domingo, 21 de julho de 2013

Máscaras

Quase todos nós nos deparamos com situações onde temos que colocar umamáscara que não corresponde ao estado verdadeiro de nossa alma. Há pessoas que são mais propensas a isso do que outras, por temperamento, educação, imposição social, familiar ou quando as circunstâncias as obrigam a isso.
Existem outras que possuem um perfil que tendem a esse tipo de comportamento, carregam sentimentos, angústias e dores não expressas, escondidas por detrás de uma máscara de satisfação e alegria extremamente difíceis de carregar. E pior, ninguém percebe e elas aguentam quase tudocaladas. Esse comportamento antinatural favorece o aparecimento de fobias, como a síndrome de pânico e a fobia social. O fato de não assumir os sentimentos e o eu verdadeiro, gera conflitos internos que precisam ser tratados para não se tornarem doenças cristalizadas no corpo. Geralmente quem tem tendência a esse tipo de comportamento é sensível e teme não ser aceito se demonstrar suas fragilidades. Com isso procura criar uma imagem agradável àqueles que estão a sua volta. Não assume seus temores, suas dores, suas fraquezas mesmo que momentâneas, alimentando fantasmas interiores.
Perceba se você tem feito isso com você mesmo e se dê o alívio de arrancar essa sofrida máscara de sorriso falso pintado. Não permita que o costume de ter que parecer bem se instale, ninguém precisa fingir que está bem quando não está! Tenha respeito por você e seus sentimentos, conte com quem estiver ao seu lado amorosamente para te apoiar neste momento, mas antes de qualquer coisa conte com seu amor próprio, ele é quem irá te sustentar sempre. É importante que as feridas sejam trazidas à superfície da consciência para serem devidamente tratadas. Não adianta fingir que não há sujeira de baixo desse tapete, vamos fazer a faxina que precisa ser feita! Arregace as mangas e comece agora mesmo, certo? Muito bem!
Os florais ajudam muito nestes casos e as essências AGRIMONY (Bach),VITÓRIA e ALGODÃO (Saint Germain) juntas farão um trabalho maravilhoso !
Quando as dores e sentimentos adversos forem assumidos, entendidos esuperados, o ser volta a brilhar como deve ser, a autenticidade e o otimismoserão suas marcas registradas. É necessário que tudo aquilo que foi negado seja aceito, sem medo de enxergar a verdade no espelho, pois tudo pode sercompreendido melhorado.
Assim feito, com o “templo limpo”, as energias positivas terão espaço para promover as transformações na sua vida, propiciando aquilo que você está destinado a ter e a viver.
Seja feliz sempre!!!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Doríforo



Doríforo (em grego δορυφόρος, lit. "lanceiro"), de Policleto, é uma das mais conhecidas esculturas da antiguidade clássica e um dos primeiros exemplos docontrapposto.
Acredita-se que esta estátua seja a ilustração das regras sobre harmonia e proporções do corpo humano estabelecidas por Policleto no seu tratado teórico intitulado Cânone. A obra original - de bronze - está perdida, foram encontradas apenas cópias em mármore realizadas durante o período helenista e na Roma Antiga. A cópia de melhor conservação está exposta no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.
Da análise desta obra derivaram todos os critérios para a identificação de outras obras de Policleto, especialmente considerando uma citação de Varro, que disse o artista ter trabalhado sempre a partir de um mesmo modelo (paene ad exemplum). Todas as cópias do Doríforo apresentam-no com a conformação geral do corpo em essência idêntica, mas em detalhes todas diferem significativamente entre si. Daí que não se pode garantir com exatidão qual teria sido o aspecto da obra original.
Sua figura é a de um jovem atleta nu, no auge de seu vigor, trazendo uma lança sobre o ombro esquerdo. Seu corpo está em equilíbrio dinâmico, exibindo o típicocontrapposto. O que parece mais essencial ao Doríforo é o seu equilíbrio postural perfeito. Nele confluem atividade e repouso, tensão e relaxamento, estabelecendo relações dinâmicas entre pares de formas opostas, num elegante jogo de linhas sinuosas que se fortalecem e se anulam simultaneamente, encontrando expressão nas variadas atitudes dos membros, no desvio da linha frontal na cabeça e na curvatura do torso. Ele parece andar mas ao mesmo tempo a impressão de repouso é convincente, sendo uma brilhante ilustração da harmonia, da moderação, do decoro, do autocontrole, da autoconfiança, da beleza, de um princípio ordenador inteligível, tão prezados pelos gregos. Para Christine Havelock, mantendo um pé no ideal e outro no real Policleto conseguiu criar uma ponte efetiva para o entendimento do que pode ser a grandeza humana, e de como essa grandeza pode ser disciplinada e controlada.
Algo que se pôde descobrir do sistema de medidas de Policleto a partir do Doríforo é que ele construía o corpo tendo a cabeça como medida modular para a altura - o Doríforo tem a altura de sete cabeças. Relações numéricas mais detalhadas são impossíveis de precisar, pois as cópias remanescentes variam entre si. Sua anatomia é no conjunto essencialmente correta mas não chega a se demorar em detalhes, e a julgar pelas cópias Policleto antes definia as massas principais, os princípios ideais e gerais da construção, de uma forma sucinta e compacta.






PROGRAMA SUA EXPERIÊNCIA – ESTEJA PREPARADO

Coloque o Universo no cachimbo. Mire no cérebro. Fogo.  






Uma experiência psicodélica é um período de intensas reações de estímulos sensoriais seja de dentro ou de fora. Já uma experiência psicodélica “programada” é uma em que a seqüência de estímulos é mais padronizada, não deixada tanto a sorte, sendo arranjada de uma maneira a lhe dar mais segurança, lhe permitindo ir a lugares mais desejáveis.
Usando um programa, tentamos controlar a experiência psicodélica a determinadas direções.
Um programa é como se fosse um panfleto de viagem, posso pegá-lo no aeroporto e visualizar por onde devo começar, qual o melhor caminho a se tomar, uma série de sinais e símbolos que irão me ajudar. Um bom exemplo, seria um piloto de avião, novato, em suas primeiras aulas de vôo, necessita em muita das comunicações da torre de comando por rádio, que irão prover a ele orientações durante a “viagem”, ajudando assim a voar em território desconhecido e por entre tempo fechado.

A idéia de programar uma experiência psicodélica é baseada na teoria sobre a natureza dos efeitos psicodélicos. A hipótese, que foi primeiramente formulada por Thimoty Leary na Universidade de Harvard (EUA) - Projeto Psilocibina (Psilocybin Project), e foi amplamente aceita por cientistas e pesquisadores da área, é que o conteúdo da experiência psicodélica é primeiramente determinado por dois fatores chave: set e setting. “Set”, se refere ao estado interno da pessoa tendo a experiência, seu humor, expectativas, medos, desejos; Setting, se refere as condições externas da experiência, o estado físico das coisas ao seu redor, os objetos que o cercam, o espaço, as suas relações com as pessoas que no momento estão a sua volta e, principalmente, da pessoa que está lhe entregando a oportunidade da experiência, essa também é tido como um elemento do setting.

Já é bem entendido que os psicodélicos, agora já melhor compreendidos e chamados de enteógenos, podem produzir fortes experiências religiosas, visionárias, terapêuticas ou de vários outros tipos, dependendo do set setting.

É uma observação simples a de que as experiências com maior sucesso as mais educacionais e libertadoras são aquelas precedidas por um período de desligamento do mundo externo, dos jogos e compromissos cotidianos. O tempo que precede a ingestão de substâncias alteradoras de consciência é crucial do ponto de vista de preparação interna. O conteúdo da sua conscîência nesse tempo irá dominar a sua posterior experiência.

Aquele que se sente deprimido, ansioso ou irritado, irá levar essas sensações negativas à experiência, se farão fazer sentir com grande intensidade. Se o indivíduo se sente sereno, tranquilo, confiante e desgarrado de todos os problemas do cotidiano, a experiência tende a ser livre e iluminada.

A importância de preparar a mente e o corpo para a experiência dificilmente pode ser superestimado. Fisiologicamente, a parte mais importante da sessão com os enteógenos é quando se faz sentir os primeiros efeitos químicos no corpo. O experimentador não está preparado para esse momento de "decolagem", muita da sua firmeza no restante da experiência vai depender de como você lida com esse momento, de como você se livra das suas impressões do cotidiano, das suas impressões, e querer explicar e compreender tudo o que acontece com o seu corpo. Os batimentos cardíacos, a sudorese, o formigamento das mãoes e pernas, a agitação e por ai adiante. Estar preparado para essas mudanças, estar consciente e de mente serena irá lhe proporcionar tudo o de melhor que a experiência tem a oferecer, a lidar com essas poderosas energias que estão para vir.

Existem classes de homens que, tendo carregado conflitos cármicos a respeito de inibições de sentimentos, mostram-se incapazes de manter a experiência pura além de quaisquer sentimentos, e escorregam para visões de caráter emocional. A energia indiferenciada é tecida em jogos visionários na forma de sentimentos intensos. Pulsantes, estranhas e intensas sensações de amor e unidade serão sentidas; o equivalente negativo são sentimentos de afeição, cobiça, isolamento e preocupações com o corpo.


Eis uma lista das sensações físicas comumente relatadas: 1. Pressão corporal, que os tibetanos chamam de terra-se-desfazendo-em-água; 2. Frio úmido, seguido por calor febril, o que os tibetanos chamam de água-se-desfazendo-em-fogo; 3. Desintegração do corpo ou a sua dispersão em átomos, chamada fogo-se-desfazendo-em-ar; 4. Pressão na cabeça e nos
ouvidos, que os americanos chamam de foguete-sendo-lançado-ao-espaço; 5. Formigamento nas extremidades; 6. Sensação de como se o corpo estivesse derretendo ou escorrendo como cera; 7. Náusea; 8. Tremor, começando na região pélvica e se espalhando para o tronco.

As reações físicas devem ser reconhecidas como sinais indicativos da transcendência. Evite tratá-las como sintomas de doença, aceite-as, una-se a elas, aproveite-as. Ainda, se o sujeito experimentar sensações estomacais, elas devem ser saudadas com um sinal de que a consciência está se movendo pelo corpo.

Pode ser de ajuda descrever em maiores detalhes alguns dos fenômenos que geralmente acompanham o momento da ego-perda. Um deles pode ser chamado de “fluxo de ondas de energia”. O indivíduo torna-se consciente de que é parte de um campo de energia carregado, e de que está cercado por ele, que parece quase elétrico. Para prolongar o estado de ego-perda tanto quanto possível, a pessoa preparada relaxará e permitirá que as forças fluam através dela. Há dois perigos a evitar: a tentativa de controlar e racionalizar esse fluxo.

Um segundo fluxo é o chamado “fluxo vital biológico”, aqui a pessoa torna-se consciente dos processos bioquímicos e fisiológicos, da atividade rítmica pulsante no interior do corpo. Os processos biológicos interiores podem também ser ouvidos como chiados e barulhos de crepitação e trituração característicos. A pessoa deve resistir à tentação de rotular e controlar esses processos. Nesse ponto você está ligado a áreas do sistema nervoso que são inacessíveis à percepção rotineira. Você não pode arrastar o seu ego para dentro dos processos moleculares da vida. Esses processos são um bilhão de anos mais velhos que a mente conceitual erudita.

Então, algumas dicas de como deixar a sua mente e o ambiente em volta o mais sereno e prazeroso o possível para a experiência poder correr sem muitos transtornos sejam eles de que ordem forem.

Escolha um ambiente calmo, onde sabe que durante todo o período em que você estiver ali, ninguém irá aparecer, pessoas que não foram convidadas a participar da experiência não irão entender o que está se passando, além disso, haverá um choque de energias, de egos, o que em muita irá lhe confundir e dificultar a sua experiência. Então, pré determine um local tranquilo, seja ele numa praia, nas matas, montanhas, sítio, ou em algum comodo da sua casa.

O uso de incensos é uma forma de meditação, os aromas, despertam instintos básicos do ser humano e são muito bem vindos em experiências psicodélicas.
Sabores e toques também podem ser experimentados durante a sessão. Os seus sentidos irão demonstrar dimensões de percepção nunca antes vistas ou sentidas, prepare frutas, e, diferentes texturas como quadros com motivos hindus (dependendo de suas concepções religiosas), quadros com mandalas também são muito interessantes.

Musicas indianas são perfeitas para esses tipos de sessões, a tradição hindu preservou formas e modos de comunicação musical que transcendem milhares de anos e possuem um tempero muito psicodélico, despertam partes adormecidas do seu subconsciente, brilham forte em cada nota, denotando uma música universal, que flui junto as vibrações da natureza.

Na verdade o conteúdo do programa, vai depender muito do propósito, objetivos, da sessão. Diagnósticos, terapia, entendimento intelectual, visionária, apreciação, comunicação interpessoal, entendimento próprio, desenvolvimento do espiritual, entre outros.

É aconselhado que no dia seguinte a sua experiência, de preferência, tente se abster de comunicação, procure não sair falando a todos como foi que aconteceu a sua experiência, reserve esse dia para meditar mais profundamente acerca e tudo o que se passou no dia anterior. Um dos principais motivos de "não se entender" do que aconteceu durante a sessão é essa ânsia de logo de imediato querer racionalizar ou "explicar" a experiência. Reserve esse dia para manter a serenidade, não deixe-se ser tomado pela ansiedade, ela só vai lhe bloquear as reais intenções e entendimentos que porventura possam ter sido desencadeados. Deixe-se absorver lentamente os detalhes da experiencia, deixe a mente fluir livremente, sem dogmas, sem ego.

A pessoa experiente está normalmente além da dependência do cenário. Ela pode desligar-se da pressão exterior e retornar à iluminação. Uma pessoa extrovertida, dependente de jogos sociais e situações exteriores pode, no entanto, ficar prazerosamente distraída (cores, sons, pessoas). Se você antecipar a distração do extrovertido e quiser manter um estado de êxtase de não-jogos, então lembre-se de seguir as seguintes instruções: não se distraia, tente se concentrar numa personalidade contemplativa ideal, por exemplo o Buda, Cristo, Sócrates, Ramakrishna, Einstein, Hermann Hesse ou Lao Tsé: siga o seu modelo como se ele fosse um ser com um corpo físico esperando por você. Junte-se a ele.

Outra parte muito delicada que os enteógenos tocam em você é sua cultura. Então a importancia do programa é lhe assegurar um controle forte sobre o sistema nervoso. O processo de ser gerado nesse mundo e ser educado dentro de determinados padrões e simbologias, dentro de uma determinada cultura é um processo de ter no seu sistema nervoso impresso essas simbologias. O preço dessa impressão no nosso sistema nervoso é o preço de não poder enxergar com nitidez e eficiencia simbolos externos e estranhos a nós. Então, se prepare para esses choques de percepção e cultura que serão re-impressos em você, esteja atento.

No auge da experiência, o fluxo de consciência, microscopicamente nítido e intenso, é interrompido por tentativas fugazes de interpretar e racionalizar. Mas o ego-jogador normal não está funcionando efetivamente. Existem, portanto, possibilidades ilimitadas para, por um lado, novidades intelectuais e emocionais agradáveis se deixar-se flutuar com a corrente; e, por outro lado, temíveis emboscadas de confusão e terror se tentar-se impor a sua vontade à experiência.

Esteja ciente para os pontos de escolha que surgem durante este estágio. Estranhos sons, visões sobrenaturais e perturbadoras podem ocorrer. Eles podem impressionar, assustar e atemorizar a não ser que se esteja preparado.

A pessoa experiente será capaz de manter a percepção de que todas as percepções vêm de dentro e será capaz de sentar-se calmamente, controlando sua consciência expandida como um aparelho de televisão multidimensional fantasmagórico: as alucinações mais agudas e sensíveis – visuais, audíveis, táteis, olfativas, físicas e corporais; as reações mais requintadas, o discernimento compassivo do eu, do mundo. A chave é a inação: a integração passiva com tudo o que ocorre à sua volta. Se você tentar impor sua vontade, usar sua mente, racionalizar, buscar explicações, você será pego em rodamoinhos alucinatórios. O lema: paz, aceitação. É um panorama que muda continuamente. Você é temporariamente apartado(a) do mundo de jogo. Aproveite isso.

Os inexperientes e aqueles para os quais o ego-controle é importante podem considerar a passividade impossível. Se você não puder se manter inativo(a) e subjugar sua vontade, então a única atividade que pode certamente reduzir o pânico e puxá-lo(a) de volta dos jogos mentais alucinatórios é o contato físico com outra pessoa. Vá até o guia ou até outro participante e ponha sua cabeça no ombro dele(a) ou no seu colo; ponha seu rosto próximo ao dele(a) e se concentre no movimento e no som da respiração dele(a). Respire profundamente e sinta o ar correr para dentro e a expiração. Esta é a forma mais antiga de comunicação viva; a irmandade da respiração. A mão do guia sobre sua testa pode ajudar no relaxamento. O contato com outro participante pode ser mal-entendido e provocar alucinações sexuais. Por esta razão, esse tipo de ajuda deve ser combinada previa e explicitamente.

Não se pode prever que visões ocorrerão, nem sua seqüência. Pode-se apenas incitar os participantes a fechar a boca, respirar pelo nariz, e desligar a irrequieta mente racionalizante. Mas só uma pessoa experiente de inclinações místicas consegue fazer isso (e assim permanecer no sereno esclarecimento). A pessoa despreparada ficará confusa ou, pior, entrará em pânico: a luta intelectual para controlar o oceano.

No caso dos psicodélicos mais amplamente usados (LSD, psilocibina etc.), é seguro dizer que tais efeitos corporais praticamente nunca são efeito direto da droga. A droga age apenas sobre o cérebro e ativa padrões neurais centrais. Todos os sintomas físicos são criados pela mente. Indisposição física é um sinal de que o ego está lutando para manter ou recuperar o controle através da dissolução dos limites emocionais.

"Conhece-te a ti mesmo" uma das frases mais antigas conhecidas pela humanidade, está escrita na pedra em cima da entrada principal do Oráculo de Delfos, na Grécia. Essa frase aponta ao fato de que em ordem para você ser livre do arraigado de idéias e imposições da cultura dominante, você deve começar a se entender primeiro, entender o seu eu interior, seu ego, seu organismo, físico, emocional e mental.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

HIPPIE (60'S)









O movimento Hippie surgiu nos anos 60 nos Estados Unidos da América, e após espalhou-se ao resto do Mundo. Os anos 60 ficaram para sempre conectados, directamente, a este movimento da juventude, celebre pelo lema "Paz e Amor", ou em inglês "Peace and Love". Nos primórdios do movimento, adoptaram os valores da contracultura Beatnik. Alguns criaram os seus próprios grupos e comunidades, ouviamRock Psicadélico, abraçavam a revolução sexual, a emancipação da mulher na sociedade e usavam drogas como Marijuana e, especialmente, LSD para explorar os vários estados da consciência humana, através da meditação. O Summer of Love, ou Verão do Amor, de 1967 e a única edição do Festival de Woodstock em 1969, marcaram o auge do movimento Hippie. O seu declínio deu-se nos anos 70, com o surgimento do movimento Punk
Dicas:
1.     Música HippieÉ importante vincar que não existe um género musical que se apelida de "Hippie". Existem vários géneros musicais que eram muito escutados dentro do movimento. São eles o Rock Psicadélico, o FolkWorld (música tradicional de vários países), músicas de intervenção social e que levem a uma meditação acerca da consciência humana, acerca dos efeitos da drogas no corpo, a alienação, entre muitos outros temas que componham as letras. Artistas como String Cheese Incident e Widespread Panic, The Grateful Dead, Traffic, Incredible String Band e The Strawberry Alarm Clock são boas bandas Hippies. Alguns músicos Hippies como Donovam and Crosby, Stills, Nash & Young continuam activos hoje. Jimi Hendrix, Janis Joplin, Carol King, The Beatles, Carlos Santana, Cream, Bob Dylan (muito importante), Melanie Safka, Pink Floyd, Joan Baez e The Who. O Festival de Woodstock de 1969 é uma excelente referência em termos musicais, pois em apenas três dias conseguiu reunir todo o espírito do movimento Hippie.
2.     Mente ecológica. Os Hippies amam a Natureza e reconhecem-na como sendo a nossa verdadeira Mãe, pois foi ela que criou o ser humano. Como tal, para demonstrar o seu agradecimento, devotam-se à sua protecção. Usam roupa de tecidos naturais, que não são poluentes, fazem reciclagem, compram produtos que são fabricados com material não poluente e reciclado, usam lenços de papel ao invés de lenços de papel, pois são um enorme gasto de papel e causam desflorestação, de um modo geral, não usam telemóvel e nem vêem televisão, pois além de ser um enorme gasto de energia, é um modo de difusão de violência, de guerra e dos ideais do Capitalismo, que são contra tudo o que osHippies defendem. 
3.   Vegetarianismo. O movimento defende não somente a Paz e o Amor entre as pessoas, mas também para com todas as formas de vida. Como tal, são grandes defensores dos direitos dos animais, contra o uso de pêlo e das peles e contra o consumo de carne, peixe e mariscos. Ovo-lacto vegetarianismo envolve o consumo de ovos, mel, de leite e dos seus derivados. Um Vegan só consome produtos de origem vegetal. Contudo, com a evolução do mercado alimentar na actualidade, existem alimentos de origem vegetal que substituem todas as proteínas e vitaminas que a carne e o peixe contêm. A partir do leite de soja, já foram criados iogurtes, gelados, pudins, entre outras sobremesas.  
4.   Protestos contra situações que não respeitem a Vida, como a guerras, contra todo o tipo de armas, contra a violência, contra o ódio. Ajuda a campanhas a favor da Paz, que contribuam para combater a discriminação social e pela legalização da Marijuana. A maioria dos seguidores do movimento Hippietem a opinião que a proibição das drogas prejudica mais ao ser humano do que o seu uso.
5.   Não frequentar cabeleireiros e deixa crescer o cabelo com liberdade. O movimento Hippie é contra a sociedade de consumo e de valorização da imagem, portanto o seu aspecto físico não era considerado uma preocupação e deixavam os seus cabelos crescerem compridos, e os homens usavam barba comprida. Eram naturalistas, preferiam o orgânico e recusavam-se aos produtos químicos. Usavam sabonetes e desodorizantes fabricados a partir de plantas e ervas, estes produtos de higiene estão disponíveis nas ervanárias. Os cabelos em dreadlocks tornaram-se populares no movimento numa vertente mais moderna, pois nos anos 60, não se usavam, sendo exclusivos do movimentoRastafari.
6. Vestuário HippieIndo ao encontro da mentalidade do movimento, o vestuário completa o ciclo e serve como identificação e clarificação dos ideais. Os Hippies têm preferência por roupas fabricadas com tecidos  de plantas naturais, especialmente de cânhamo (é a planta que liberta mais oxigénio e previne a poluição). Guarda-roupas únicos, coloridos, de tecidos leves e naturais, lãs, casacos mexicanos Baja, ponchos coloridos, saias compridas, calças de ganga à boca-de-sino, camisas e camisolas com estampados de cornucópias, com lavagem tye-dye, lenços atados em torno da nuca, coletes, chapéus, as mulheres, geralmente, tendem para o feminismo e não usam soutien, nem maquilhagem e não fazem a depilação. A joalharia Nativo-Americana é muito popular no movimento. O estereótipo dos Hippies andarem descalços é verdade, mas também usam sandálias, botas suaves ou mocassins de pano. Os óculos de sol eram pequenos e redondos, de lentes coloridas. Compras são feitas em lojas de segunda mão, em feirinhas de velharias, em vendedores ambulantes de outras nacionalidades, tudo a preço económico.
Sugestões:
·         Compreende os problemas sociais, económicos e políticos que o Mundo atravessa. Ter consciência do Mundo que nos rodeia é um elemento muito importante para este movimento defensor da Paz universal, do Amor entre todos, do Respeito por todas as forma de vida. Junta-te a outros movimentos ligados a um partido ou apartidários, e luta pelos valores em que acreditas. Protesta contra a violência, contra as armas, contra os preconceitos, contra as leis que promovem a injustiça, contra a discriminação, contra a Guerra.
·         Aprende acerca de uma arte marcial que gostes, como por exemplo o Tai Chi, e incorpora a sua filosofia na tua vida. As artes marciais não são formas de luta ou de violência, ao contrário do que no Ocidente se pense, são antes uma forma de entrar em contacto com os estados mais profundos da nossa consciência, enquanto são efectuados certos movimento, penetramos mais profundo na nossa própria Verdade. Apenas através da meditação e das artes marciais, é que o terceiro olho da consciência pode ser aberto.
·         Sê fiel a ti próprio. Ser Hippie não é uma moda, não é um modo de parecer fixe, é um modo de vida. Podes usar a roupa que desejares e ter uma mentalidade e estilo de vida Hippie, não há condicionantes. Podes ter a religião e as crenças que desejares. Podes ser Hindu, Budista, Cristão, Judeu, Islamico,Wiccan, etc. Não existem regras ou regulamentos a seguir neste movimento. E apenas porque as gerações passadas de Hippies consumiam drogas se for contra os teus valores, não tens de o fazer, até porque é ilegal em muitos países.
·         Sê a mudança que queres ver no Mundo, citando Gandhi. Como espalhar a Paz se não estás em paz contigo próprio? O primeiro grande passo antes de querer ser um mensageiro de paz, é entrar em harmonia contigo próprio. Encontra o teu equilíbrio, o teu centro, somos como balanças e devemos mantermo-nos equilibrados. A paz não está no exterior, está no teu interior e tens de a descobrir, utilizando a meditação e as artes marciais para esse fim. Depois de encontrares o teu equilíbrio, sê o mensageiro da paz dos que te são mais próprios; aconselha sábiamente, defende sempre a paz e impede a violência. 
Acessórios e roupa populares entre as raparigas do movimento 
         
Avisos:
·        Tem cuidado com as manifestações em que participas. Existem imensas manifestações que se desenrolam com calma. Manifestações a favor da Paz, contra a Guerra, contra a discriminação, a favor do Amor e do respeito pela Vida, etc. No entanto, nem todas terminam bem. É importante manter em mente que muitos protestos podem terminar em agressões e violência, e podem até resultar em algum tempo de prisão. Portanto, é necessário cuidado e prudência.
·        Uma herança do passado, da mentalidade tacanha, as pessoas tendem a não ser muito aprovadoras de Hippies, pelo modo como se apresentam, agem e falam. É simples ignorância e isso não te deve causar incómodo, não te importes com as opiniões depreciativas e sempre perdoa a ignorância aos outros, que apenas não compreendem o teu ponto de vista. Sê sempre pacífico e defensor dos teus valores, acima de tudo.
·        Ser Hippie é uma decisão que deve ser baseada naquilo em que acreditas e não porque achas “fixe” ou que te vai dar popularidade junto da contracultura alternativa. É um modo de vida, uma filosofia, um movimento que está assente numa sólida base, não é uma moda, como a indústria capitalista quer realçar com a invenção do "hippie chique". Isso não existe, porque o movimento Hippie não é "chique" e muito menos fashion
·         Os Hippies são conhecidos por usarem drogas psicadélicas (drogas que alteram os pensamentos do cérebro, como marijuana e LSD). Tem cuidado em experimentar estas drogas porque em muitos países são ilegais. Em adição, moderação e senso devem ser mantidos no uso destas drogas e não se deve exceder a dose. Também são conhecidos seus efeitos colaterais, como uma overdose. Estas drogas causaram a morte permatura de imensos artistas de qualidade expecional deste movimento.