segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Estamos com fome de amor

Estamos com fome de amor


"Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!

(Arnaldo Jabor)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

quando eu era pequeno.


Quando era pequeno eu não brincava de bola com os meninos na rua. Odiava futebol, volei, handebol, baleada, ou seja tudo que tivesse uma bola no meio, e não interessava o tamanho também odiava o famoso ping pong, ou tenis de mesa. Era na água que eu me acabava. Adorava nadar, embora também não gostasse muito das águas salgadas do mar. Do mar, só me atraía mesmo era a praia, a areia, andar de um lado pro outro, molhar levemente os pés e claro, observar o povo que ia e vinha com roupas minúsculas, que com o passar do tempo foram ficando cada vez mais minúsculas. Não sei se essa minha atração pela água tem a ver com o fato de que geralmente na água é o mais perto que ficamos dos limites da nudez socialmente permitida. Eu adoro ficar nu. Se pudesse vivia nu. E fico as vezes nas minhas loucuras imaginado como seria todo mundo viver nu. Dentro do ônibus nus. Sentados na sala conversando animadamente, nus. Andando pelo meio da rua, fazendo compras, sentados numa praça, nus. Imagino algumas pessoas nuas e já penso em desistir da idéia, respiro fundo e continuo: a nudez acima de qualquer coisa... Quando nos despimos tiramos não só a roupa, mas a vergonha, o pecado original que nos foi empurrado goela abaixo pelo Cristianismo e sua eterna doença contra o sexo e qualquer coisa que tiver essa conotação. Se deus fez mesmo um fruto proibido, quero come-lo. Pra mim, se fez não devia ter feito. Não precisava testar nossa obediencia, poderia ter-nos feitos já obedientes. Quietos, calmos, pacíficos, distantes do sexo. Poderia ter nos feito sem roupa.... Ops! Mas foi exatamente assim que ele nos fez? Pra que? Apenas pra que nos vestíssemos? Tiro a roupa, fico nu! E você?

A comédia.


A Comédia está nas pessoas que você encontra dentro de um ônibus, e aí, os que andam somente de carro, estão perdendo a delícia que pode ser uma viagem de ônibus por dentro das ruas esburacadas de nossa cidade!
A comédia está dentro de casa, no convívio em família, nos encontros e desencontros ´da vida amorosa.
A comédia está nas pessoas que fingem imponentes não se importarem com o que as outra pessoas pensam sobre elas, quando na verdade estão tão mergulhadas na própria necessidade de auto-afirmação que quando não são devidamente bajuladas, entronizadas, beatificadas e santificadas, despejam toda a sua frustação no coração alheio.
Dignas de pena, na verdade, eu me rio delas! Comédia... fazem as pessoas todos os dias, tentando ser o que não são; sentir o que não sentem; viver, quando não vivem!
Desonestas consigo mesmas, acabam por se transformar numa triste caricatura do que poderia ser uma bela vida... Que pena! Não rio mais delas, choro por elas... Por isso que as mascaras teatrais da comédia e da tragédia andam lado a lado!

livrarmos dos preconceitos!!!


Gente... Confesso que me desmanchei em lágrimas... E as lágrimas lavam a alma. Me senti na verdade mais de alma lavada em ver as carinhas preconceituosas, e os risinhos sarcásticos dos jurados e platéia irem dando lugar a uma verdadeira admiração... Aquelas que deixa a gente literalmente de quaixo caído. Vejamos o absurdo... Um programa de tv com altos índices de audiência. Uma mulher feia, desajeitada, com quilinhos a mais, sobrancelhas a mais, estilo de menos. Mal vestida, velha pra quem tenta o sucesso, morando num vilarejo, sem nunca ter beijado alguém na vida... Nossa. É muita desgraça numa pessoa só... e de repente... Ela abre a boca... e cala todo mundo... Sua interpretação de "A Dream is a dream" do musical "Les miserables" me emocionou, emocionou parte do mundo e nos deixou uma grande lição: por que temos o péssimo hábito de julgar as pessoas por padrões pre estabelecidos por nós, como verdades absolutas? Por que todo os que não se encaixam nos padrões de beleza, sucesso, estilo, são logo descartados como peças velhas de museu sem serventia alguma? Até quando estaremos admirados pelas belas capas de livros de conteúdos vazios? E principalmente: Quantas Susan Boyles morrem no anonimato por lhes ser negado todas as chances? Reflitamos... Precisamos urgentemente mudar nossos conceitos e nos livrarmos dos preconceitos!!! Que assim seja!!!