quinta-feira, 28 de julho de 2011

Prefeito de Caicó (RN) desviou donativos de desabrigados para hospital do irmão, diz MPF

O prefeito de Caicó (270 km de Natal), Rivaldo Costa (PL), conhecido como “Bibi Costa”, foi denunciado à Justiça pelo Mistério Público Federal (MPF), nesta terça-feira (26), acusado de desviar donativos destinados às vítimas das enchentes de 2008 para o hospital administrado pelo seu irmão.
Segundo a denúncia, mais de 900 itens de ajuda humanitária foram doados de forma irregular para o hospital, administrado por Vivaldo Silvino da Costa, que é deputado estadual pelo Rio Grande do Norte. A ação de improbidade administrativa contra o prefeito será analisada pela Justiça Federal. Rivaldo está em segundo mandato no município.
Segundo o MPF, o material foi doado em 2008 pela Secretaria Nacional de Defesa Civil Nacional e deveria ser destinado às famílias desabrigadas. Mas investigações apontam que o material foi repassado de forma irregular à Fundação Hospitalar Doutor Carlindo Dantas, conhecido por Hospital do Seridó.
A ação aponta que foram doados irregularmente colchões, mosquiteiros, cobertores, toalhas, travesseiros e lençóis que chegaram a Caicó após ser decretada Situação de Emergência no município. Em 2008, a cidade contabilizou prejuízos pelas chuvas que caíram na região do Seridó.
Segundo a denúncia do MPF, a prefeitura alegou que o material doado à fundação teria sobrado porque, após as chuvas, as famílias teriam se mudado e não foram encontradas mais.
O presidente da Comissão Municipal de Defesa de Caicó, Edno Lopes dos Santos, disse ao MPF que alguns dos objetos repassados pela Secretaria Federal foram doados à Fundação Doutor Carlindo Dantas porque o governo federal enviou com atraso a ajuda – somente em dezembro de 2008.
Santos afirmou ainda que mosquiteiros e travesseiros foram incinerados por estarem impróprios para uso devido ao tempo que ficaram à espera de serem doados.
A ação reforça que os procuradores federais ouviram algumas famílias vítimas das chuvas e elas contaram que nunca se mudaram do local onde moravam, alguns residem no mesmo imóvel há mais de 30 anos.
O MPF afirma que os depoimentos reforçam as evidências de que os desabrigados não receberam nenhum material encaminhado pelo governo federal nem ajuda municipal.
Até oito anos de suspensão política
A procuradora da República Clarisier Azevedo Cavalcante de Morais, que assina a ação, informou que o prefeito deve ser responsabilizado por não ter encaminhado o material para o destino correto.
“Descumprida tal imposição, revela-se inafastável a aplicação das penas de improbidade administrativa correspondentes. Assim, o envolvido na malversação dos bens públicos, seja na doação ou na deterioração, deve ser responsabilizado”, afirma, em nota.
Caso seja aceita a denúncia de improbidade, Rivaldo Costa deverá ressarcir o valor dos bens aos cofres públicos e poderá perder o cargo de prefeito. Costa também poderá ser condenado de cinco a oito anos de suspensão dos direitos políticos, além de pagar de multa civil e ficar proibido de contratar qualquer serviço com o poder público.
O UOL Notícias tentou contato com Rivaldo Costa por dois dias, nesta terça e quarta-feira, ligando para os telefones da prefeitura, da casa dele, além do telefone celular, mas ninguém atendeu às ligações.
A reportagem enviou ainda mensagem para o celular pessoal do prefeito, a qual não foi respondida. O UOL Notícias conversou com três pessoas ligadas ao governo municipal, mas elas não quiseram comentar o assunto.

domingo, 24 de julho de 2011

Amy Winehouse teria morrido de overdose de ecstasy; policia nega



Por FAMOSIDADES

RIO DE JANEIRO - Encontrada morta em seu apartamento no sábado (23), Amy Winehouse pode ter morrido de uma overdose de ecstasy. Segundo o jornal “Sunday Mirror”, a britânica teria misturado comprimidos da droga com uma grande quantidade de álcool. “Ela poderia cheirar cocaína até cansar, mas usar a pílula foi fatal para ela”, contou uma fonte.

Outra fonte da publicação disse que Amy pretendia não ficar em casa na noite de sexta-feira (22) para sábado (23) e afirmou que a diva do soul music abasteceu seu estoque de drogas horas antes de ser encontrada sem vida. “Amy estava com algum problema naquela noite. Nenhum de nós sabemos quem estava com ela em casa. O que eu sei é que Amy comprou cocaína com um traficante perto de casa.”

OPINIÃO: Amy, uma estrela que não aguentou seu brilho

Apesar do histórico de vícios da estrela, a polícia britânica disse que as especulações sobre o motivo do óbito da estrela são infundadas. Em um comunicado, as autoridades londrinas ressaltaram que a necrópsia ainda não foi realizada, o que deve ocorrer neste domingo (24). “Estou ciente das informações que sugerem que sua morte é consequência de uma overdose de droga, mas quero destacar que é impróprio especular sobre a causa do falecimento”, alertou Raj Kohli, superintendente da polícia local.

Segundo Kohli, Amy foi encontrada morta em sua casa. "A polícia foi chamada pelo serviço de emergência de Londres para o endereço na Camden Square pouco depois das 16h05 [horário local], seguindo relatos de que uma mulher foi achada desacordada", dizia uma nota da corporação.

Mas segundo o site "TMZ", a estrela ainda estaria viva quando a equipe de socorro chegou a sua casa. Os paramédicos teriam encontrado sinais vitais na britânica, mas não houve tempo suficiente para que a estrela fosse transferida para um hospital.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sinte responde à Rosalba Ciarlini

A governadora afirmou que está estarrecida com os sindicalistas por não terem orientado a categoria a acatar a ordem do Tribunal de Justiça para o retorno imediato ao trabalho. Se ela está estarrecida o que dirão os trabalhadores em educação que assistem a um festival de desobediência às Leis por parte do governo?

A começar pela Lei do Piso Salarial que vem sendo pisoteada pelo governo desde o dia 06 de abril. A governadora deve a todos os professores 20 horas semanais de trabalho. Ao final do mês, são 80 horas de trabalho em sala de aula. E agora quem descumpre a Lei?

Tem mais: a Lei 432/2010, da implementação de sua tabela salarial que será implantada só em dezembro? A Lei diz outra coisa. Diz que seria até setembro. Cadê o pagamento da carga suplementar e dos contratados que não está em dia?

Os trabalhadores em educação não arredam pé de lutar pelos seus direitos, nem de denunciar a situação caótica em que se encontra a escola pública estadual. Estamos falando do direto dos profissionais que se estende aos alunos e alunas.

Os argumentos de Rosalba não se sustentam em nenhum aspecto. No que se refere as condições gerais do ensino no estado, basta fazer alguns questionamentos à luz da realidade para se verificar que a situação da educação estadual beira o colapso: a reforma do Floriano Cavanti atrasou suas aulas em dois meses. Por que tendo o governo mais de 40 dias para o início das em fevereiro e não providenciou professor para assumir as salas de aula?

Por que cessou a convocação dos professores selecionados em 2010 para assumir as salas de aula? Por que vem retardando a realização do concurso público?

Se fossemos elencar as condições de precariedade das escolas certamente teríamos que escrever um livro. Mas, podemos sintetizar dizendo: "Se o Atheneu - o mais antigo Liceu do Brasil - está abandonado imagine o resto... e tem resto?

Será que a governadora já parou para pensar que não vai barrar a insatisfação dos profissionais? Será que o governo está refletindo que neste momento pode-se negociar uma política que vai deixar fora do cenário de 2012 a possibilidade de greve?

O que os trabalhadores em educação exigem é uma política para a educação e de um ensino de qualidade e não do faz de conta que a governadora quer instituir neste momento.

Fonte: Fátima Cardoso / Sinte-RN

Com licença, eu também vou à luta...

ENGRAÇADO, o Ministério Público recomendou à secretária de educação do Estado, Betânia Ramalho, “a instauração de processo administrativo disciplinar contra os servidores que inviabilizem a prestação de serviço educacional”. Devia, também, condenar o estado pelas péssimas condições das escolas públicas.

Não bastasse o difícil exercício da profissão, que inclui longas jornadas em salas de aula superlotadas, os trabalhadores em educação ainda são criminalizados. Além das graves doenças da profissão, como enfermidades vocais, LER/Dort, síndrome de bernout ou estresse crônico. Essa é uma realidade vivida pelos educadores que o poder público e a grande imprensa não quer ver. Fingem não saber ou fazem questão de esconder.

A greve é um direito garantido pela Constituição Federal do Brasil que os trabalhadores têm para enfrentar governantes autoritários e insensíveis à dura realidade de quem depende de salários miseráveis. Portanto, secretária de educação e Ministério Público, fazer greve não é cometer crime.

Descontar dia de trabalho de quem luta por uma educação de qualidade e salário digno , isso sim, é ilegal, imoral.

A lei, ora a lei... E os dias de aula que não são cumpridos devido a falta de professores e as condições precárias das escolas públicas? Quem vai pagar por isso? A greve não tem culpa do ensino brasileiro ser um dos piores do mundo.

Então, não adianta criminalizar trabalhadores para poupar os verdadeiros culpados das péssimas notas atribuídas ao ensino brasileiro.

Os trabalhadores da rede pública estadual de ensino no Rio Grande do Norte merecem todo o resp eito. Afinal, lutar não é crime. Por isso, numa decisão corajosa, a assembleia dos trabalhadores em educação realizada nesta quinta-feira (14/7), na Escola Estadual Winston Churchill, decidiu continuar a greve, mesmo sob as ameaças dos poderes executivo e judiciário. Com licença, eu também vou à luta...

A próxima assembleia está marcada para a próxima sexta-feira, dia 22.

Fonte: Rogério Marques / Foque

quarta-feira, 13 de julho de 2011

SINTE-RN reaje a pedido de ilegalidade da greve da educação

Depois de semanas de silêncio absoluto, o Governo se manifestou. Na tarde desta sexta-feira(01) a direção do Sinte recebeu notificação da Justiça, informando do pedido de ilegalidade da greve através de ação judicial.
Para a coordenadora do Sinte-RN, Fátima Cardoso, a medida demonstra a falta de vontade de negociar e a intenção de ignorar a educação do nosso do estado. “Estamos profundamente indignadas com esse ato de desrespeito a luta em defesa da educação pública. Mas não será esta medida que irá inibir a luta da categoria e a ação deste Sindicato” assegura a Coordenadora Geral do Sinte Fátima Cardoso.
O também coordenador geral José Teixeira reforça a indignação da diretoria e explica que a medida será discutida com a categoria em assembleia nesta sexta-feira no Churchill às 8h e 30 minutos. “Vamos nos defender judicialmente e ir ao ataque politicamente, denunciando mais esse desrespeito”, esclarece Teixeira.
Já o coordenador Rômulo Arnaud, comenta que a medida não surpreende já que quando prefeita de Mossoró a hoje governadora não escondeu seu autoritarismo. “É um ataque frontal ao nosso direito de lutar por nossos direitos. Mas acho que a governadora está dando um tiro no próprio pé. Seu governo já detém 59% de rejeição, esse tipo de medida só irá piorar esse quadro”, prevê Rômulo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Síntese: A CABEÇA BEM FEITA (repensar a reforma, reformar o pensamento) Edgar Morin


Janeilson Carlos Damasceno
A CABEÇA BEM FEITA
Repensar a reforma, reformar o pensamento
Edgar Morin.

O amadurecimento da idéia de Morin nesse livro se deu a partir da necessidade que ele começou a sentir cada vez mais de uma reforma no pensamento, mas que do ponto de vista dele só seria possível a partir de uma reforma no ensino.
Um dos conceitos chaves para Morin é o da complexidade; um dos principais pontos no seu pensamento é de que só através da educação, que vai alem da mera transmissão de conceitos é que alcançaremos a felicidade, ou como ele diz, “viver a parte poética de nossas vidas”.
Toda a sua discussão é em torno da reforma do ensino para a educação do século XXI, esta educação esta baseada em uma necessidade da humanização do ser humano, a educação do futuro necessita sim resgatar o que é o ser humano e quais as qualidades, características, ações que lhes confere esta condição.
Morin coloca a questão da hiperespecialização que impede de ver o global, bem como o essencial. Com a hiperespecialização os problemas são estudados cada vez mais isolados, específicos e particulares, deixamos de analisas as influencias que estes problemas sofrem exteriormente. Deste modo, o problema fica isolado, não solucionados e analisados corretamente. Aqui entra a falta da complexidade na analise dos problemas estudados particularmente.
Os especialistas deixam de ver o todo e as relações existentes neste todo; a visão e a razão tornam-se fragmentada, criam-se verdades ilusórias. Precisamos voltar-mos para a complexidade, entender os sistemas, ter um olhar sistêmico do nosso mundo. Cada sistema é formado por subsistemas que interagem e se inter-relacionam. A contextualização é uma importante ferramenta no aumento do conhecimento, pois a partir do momento em que todos os campos dos saberes estão relacionados podemos ver diferentes faces do mesmo problema, e que todas estas faces interagem e tem suas parcelas de culpa na geração do problema ou são nelas que os problemas atuam.
É preciso pensar o problema do ensino, considerando os efeitos graves da compartimentação dos saberes e da capacidade de articulá-los, uns aos outros; e considerando a aptidão para contextualizar e integrar, é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida. Para Morin uma cabeça bem feita é aquela que em vez de acumular o saber precisa dispor ao mesmo tempo de uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido.
No capitulo intitulado a condição humana, Morin enfatiza a importância de sabermos, a nossa verdadeira condição, enquanto seres terrestres, de onde viemos, qual é o nosso local no universo, o surgimento da vida, para onde vamos etc. ele ainda aponta a Cosmologia, Ciências da terra, Biologia, Ecologia como as ciências capazes de situar a dupla condição humana: natural e metanatural. Reforçando o fato da grande complexidade que é o ser humano, totalmente biológico e totalmente cultural.
Morin aponta a ética da compreensão humana, como uma das condições mais relevantes da sua obra, ele coloca que no cenário atual existe uma incompreensão generalizada entre todas as esferas da sociedade. Morin propõe como solução estudos interdisciplinares aliando a Pedagogia, Filosofia, Psicologia, Sociologia, Historia que serviriam para trazer a lucidez e a compreensão de que somos humanos. Temos mecanismos de egocentrismo e de auto-justificação, através da percepção disto seria mais fácil trabalhar contra o ódio e o racismo, por exemplo.
Morin mostra que devemos aceitar o destino incerto de cada um e de toda a humanidade, dessa forma coloca três princípios de incerteza no conhecimento. O primeiro é o cerebral: o conhecimento nunca é reflexo do real, mas sempre tradução e construção. O físico: o conhecimento dos fatos é sempre tributário da interpretação. O epistemológico: decorre da crise dos funda mentos da certeza, em filosofia e ciência. Devemos viver com a incerteza em todos os momentos de nossas vidas.
Nos dias atuais o mais importante para educação é o que ela esta assumindo no sentido de estar formando cidadãos no sentido mais amplo. Morin menciona a necessidade de atitudes como responsabilidade e solidariedade com a pátria, entretanto esta pátria é formada por um Estado, consequentemente por uma sociedade ou comunidade que também são formados por seres humanos. Quando ele fala em “aprendizagem cidadã” verifica-se a urgência de que o homem volte a humanizar-se, precisa resgatar atitudes de responsabilidade e solidariedade não só com sua pátria mais principalmente com seus semelhantes.
Morin explica como seria a educação de acordo com as propostas que ele menciona em todos os capítulos, para os três graus de ensino. No primeiro seria estimulado o questionamento, que nesta época do desenvolvimento do ser humano é natural, e alem disso, Morin coloca a necessidade de ensinar a importância da contextualização em todos os sentidos. No secundário, deveria ser o momento da aprendizagem do que deve ser a verdadeira cultura e é claro, entender a cultura que realmente existe. No ensino universitário, Morin propõe que a universidade continue com seu papel de conservação, transmissão e enriquecimento do patrimônio cultural, mas o ponto fundamental é que o conteúdo a ser conservado e transmitido seria outro, seria um conhecimento adequado e adaptado as reais necessidades da sociedade, um conhecimento interdisciplinar.
Morin mostra que a reforma do pensamento não é uma idéia que esta surgindo somente agora, mas que já tem suas bases na cultura da humanidade, na literatura e na filosofia, e é preparada nas ciências. E de que modo seria este pensamento? Para Morin existe necessidade de um pensamento: que compreenda que o conhecimento das partes depende do conhecimento do todo e que o conhecimento do todo depende do conhecimento das partes. Que reconheça e examine os fenômenos multidimensionais, em vez de isolar, cada uma de suas dimensões. Que reconheça e trate as realidades, que são solidárias e conflituosas. Que respeite a diferença, enquanto reconhece a unidade.
A discussão mais interessante que Morin faz é a respeito da inter-poli-transdisciplinaridade. Ele enfatiza que a interdisciplinaridade não é meramente a união de disciplinas mas cada uma discutindo o objeto separadamente. Na verdade a interdisciplinaridade propõe uma nova posição por parte do ser humano, uma atitude humanizada.
A urgência da humanização do homem e a interdisciplinaridade que ao mesmo tempo é caminho e fim para se atingir a humanização do homem e a reforma do pensamento. A interdisciplinaridade traz quatro conceitos que Morin menciona sobre o que é e como seria este novo pensamento, a questão da complexidade e da contextualização. Nela não existe lugar para pré-conceitos, para a descontextualização, para a falta de discussão, para o egocentrismo. E aqui esta o grande problema, ou o grande desafio a ser superado, deixamos o “eu” um pouco de lado e passamos a utilizar e a viver um pouco mais “nós” em nossa vidas, na escola, na universidade, no seio de nossas famílias...

BIBLIOGRAFIA:
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento; tradução Eloá Jacobina, 12. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

“Educadores da liberdade.” Visão do filme: Escritores da Liberdade.

Janeilson Carlos Damasceno

Trabalho apresentado na disciplina de Educação especial, Prof: Iva Costa .Como pré-requisito parcial avaliativo do Curso de Filosofia da Universidade estadual do Rio grande o norte, campus de Caicó, para a obtenção dos créditos da disciplina do 6° período .


O filme “Escritores da Liberdade” aborda, de uma forma comovente o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Expões temas dentro da estrutura educacional e social, em que as políticas de democratização ao acesso a educação ocorre de maneira desigual e injusta. Podem ser observados pontos importantes desta problemática:

• Desigualdade nas classes sociais;
• Racismo;
• Desemprego;
• Desestrutura familiar;
• Intolerância ao que é diferente;
• Políticas publicas sem uma função de fato;
• Exclusão social.

Em um pais como o Brasil, as dificuldades são imensas, mas superáveis, se houver engajamento e esforços próprios. Em se tratando de pessoas com necessidades educacionais especiais é fundamental que o poder publico possa gerar as oportunidades para garantir o que é direito dessas pessoas: de estudar, de trabalhar, de fazer o que gosta, de morar, se locomover, de expressar sua cultura e sua arte, e de não sofrer violência sem discriminação de qualquer tipo.
Muita gente tem dificuldade em aceitar as diferenças e esquece que cada pessoa tem sua própria identidade. E aqui entra o papel indispensável e necessário do educador, assim como a professora do filme Erin, devem ser adotados novos métodos de ensino que deve ter ênfase no papel da educação como mecanismos de transformações individuais e comunitárias. A educação tem um papel indispensável no implemento de novas realidades sociais, a partir da conscientização de cada ser humano como artífice de possíveis avanços em sua própria vida e, principalmente, em sua comunidade.

Resumo METAFISICA CONTEMPORÂNEA

Janeilson Carlos Damasceno
Resumo
METAFPISICA CONTEMPORÂNEA
Trabalho apresentado na disciplina de historia da filosofia contemporânea II, Prof: Dax Moraes
Como requisito parcial avaliativo do Curso de Filosofia da Universidade estadual do Rio grande o norte, campus de Caicó, para a obtenção dos créditos da disciplina do 5° período .
caicó-RN
2009.1

Nietzsche: fim da metafísica e os pós-modernos. (Oawaldo Giancoia Junior)
1- Metafísica, platonismo e niilismo.

Nietzsche revendo o platonismo pretende superar a metafísica pela transvaloração dos supremos valores da cultura ocidental. Para ele a raiz do pensar metafísico se encontra no idealismo platônico, com a doutrina das idéias e a oposição entre os mundos sensível e mundo inteligível.
O fato de que “Deus esta morto” esta associado a superação da metafísica. Heidegger observa que Deus é nome para o âmbito das idéias e dos ideais. Esse âmbito do supra-sensível vale como mundo verdadeiro e real desde Platão. Já o mundo sensível é apenas o mundo mutável, aparente, não real.
Uma das idéias-chaves da interpretação de Nietzsche, é a relação de Platão com o platonismo onde é constituído uma significação ética para a existência do mundo e do homem. Bem, belo e verdadeiro institui um vinculo entre conhecimento verdadeiro e moralidade. De acordo com Nietzsche, Platão foi influenciado por seu mestre Crátilo a interpretar no mesmo sentido a sentença de Heráclito: “tudo muda e nada permanece”. Para Nietzsche com essa proposição se abrem duas direções hermenêuticas diversas: primeiro se dissermos a matéria de todas as coisas modifica-se perpetuamente, significa que todas as coisas renovam permanentemente as suas partes; se dissermos que toda coisa singular passa, e nenhuma permanece eternamente, significa que nenhuma coisa individual permanece eternamente em sua existência individual.
Dessa forma, a sentença de Heráclito interpretada no sentido de que nenhuma coisa na natureza permanece eternamente, que tudo passa e novamente retorna, veta a possibilidade de um conhecimento que tem por base a experiência e os sentidos. No entanto para Platão, todas as coisas sensíveis se encontram em perpetuo fluxo e alteração, de maneira que nenhum conhecimento racional é possível acerca delas.
Se nenhum conhecimento racional do mundo sensível é legitimável, isso afeta também a noção de um fundamento absoluto para o conhecimento do bem e da virtude, privando a existência de toda significação moral. Neste ponto há uma intervenção influenciada por Sócrates, já que este considera o domínio ético cognoscível por conceitos. Sempre nomeamos o justo, o bom e o belo, como algo singular. Nestes conceitos é notável que suas abstrações são empregadas como em sentido adjetivo e não no sentido substantivo. Em Platão esses conceitos não podem estar sujeitos a variações e a inexistência. Por isso não estão sujeitos ao erro. A influencia desses conceitos permite refutar a interpretação de Crátilo a sentença de Heráclito fornecendo uma ocasião apropriada para uma reflexão metafisicamente mais profunda.
Para Sócrates, no domínio da ética era possível chegar a um saber relacionado aquilo que é permanente e supra-sensível. A dialética era o caminho e o método para se chegar a esse saber.
Platão herda de Sócrates e dos pitagóricos o desprezo pelo mundo sensível e pelos sentidos, principalmente a indisposição moral contra a realidade mais próxima. A tarefa ética será dedicar a vida ao culto da dialética; os sentidos perturbam a paz do homem ético.
A predominância da ética no pensamento de Platão permite uma reflexão sobre as ligações entre a doutrina das idéias e a teoria platônica da alma. A perfeição do mundo das idéias é dada pela idéia do bem, ela corresponde a mais alta reflexão platônica do saber e da dialética, sendo a fonte do ser e do saber, e tornando possível a cognoscibilidade e o conhecimento da idéias, sendo superior ao ser e ao saber.
O ponto de partida para a afirmação de um mundo supra-sensível é dado pelas hipóteses éticas de Sócrates, o elemento que prevalece na doutrina platônica da alma também é de natureza ética.
Todos esses elementos fornecem base para o reconhecimento das múltiplas oposições existentes entre mundo sensível X mundo inteligível, com a apropriada ligação da doutrina das idéias e doutrina platônica da alma. A interpretação platônica da postura heraclitiana torna inexistente ao mesmo tempo a realidade e o conhecimento. Ou seja, o verdadeiro ser não pode também, não ser ao mesmo tempo.
A oposição entre mundo sensível e mundo inteligível verdadeiramente real, corresponde a oposição entre opinião e ciência no plano do saber, e , a oposição entre corpo e alma no plano da existência humana.
Nietzsche reverte a ordem dos valores que Platão estabelece entre o conhecimento do permanece idêntico e o devir, considerando que a verdade é a realidade do devir e que o conhecimento é uma fonte de erros e ilusões. De acordo com Nietzsche, a doutrina das idéias esta intimamente associada com a doutrina da imortalidade da alma. No plano da teoria do conhecimento e da ciência a reversão se desdobra no plano da moral, da estética e da política.
Sendo assim, a transvaloração de todos os valores seria a catástrofe da metafísica. Esse processo obedece a uma lógica imanente, Nietzsche formulou esse conceito como niilismo, e é sobre esse conceito que ele descreve a crise irreversível de toda a pretensão a objetividade e a fundamentação do conhecimento racional, como ela corresponde nos fundamentos ético-filosofico de Platão. A via principal para o tema fim da metafísica em Nietzsche consiste em sua analise do niilismo, entendido enquanto experiência histórica da ausência de fundamento.
No final do século XIX, Nietzsche pretendia narrar a antecipação de nossa realidade, ele registrava que a cultura européia se movimentava com uma tortuosa tensão, crescendo a cada século em direção a uma catástrofe, uma cultura que não mais reflete e tem medo de refletir. Assim promovia a ascensão do niilismo.
Nietzsche definia niilismo como: falta a meta; falta a resposta para o “por quê?” para essa interrogação, a solução seria a possibilidade de encontrar uma causa, um sentido nas coisas e acontecimentos. Essas questões teriam como pré-condiçao a qualidade de valores superiores como, sentido, finalidade, causalidade, verdade, realidade, ser, mas igualmente bem e mal, justo e injusto, licito e ilícito, virtude e vicio etc. sem essa resposta, perdem-se os sentidos e os valores que sustentam toda a metafísica. É no niilismo que os supremos valores se desvalorizam.
Mas, com essa explicação, ainda estamos distantes de entender a essência e a medida do problema que o niilismo nos concerne. É preciso recorrer a genealogia para resolver o enraizamento histórico e assim chegar a uma compreensão de niilismo. Nossa cultura nasce sob uma obsessão por explicações, para Nietzsche a cultura nasce desde Sócrates, ela é uma cultura teórica, ou ciência, que repousa sobre o principio universal da razão.
Desde as origens o logos cientifico é seguido pela compulsão de fundamentos, que o impede de percorrer todos os conceitos e princípios. Toda cultura é conduzida a passar necessariamente pela pergunta do “por quê?” em todos os conteúdos, começamos pelos mais primitivos, as ordenações religiosas.
Todo fundamento é um “por quê?”, o “por que” é o primeiro de todos os fundamentos, tornando possível todos os outros, mais sem deixa encerrar em si mesmo.
Por causa da compulsão irresistível a ciência se precipita por seus limites e fracassa, assim a racionalidade percebe que o ultimo fundamento a leva a um abismo sem fim.
Nietzsche denomina de horizonte do infinito, essa desestabilização que lança a racionalidade cientifica a seguir em frente, buscando novos princípios e razoes. O niilismo dessa maneira traz consigo a superfície da consciência do elemento desestabilizador pertencente a todo “por quê?”, traduzindo-se pela impossibilidade de princípios inabaláveis. Entendendo que tais valores e princípios são a sustentação de uma cultura, o niilismo não é a causa da decadência cultural, é apenas o resultado de um processo de declínio, pois no decorrer da historia são extraídas as conseqüências lógicas das pretensões que se esvaziam.
O niilismo deve ser entendido como o acontecimento de significado histórico-mundial onde a consciência filosófica faz também a experiência do elemento nadificante (nihil) na crise de validade dos valores antigos e na ausência de novos valores universalmente validos.

BIBLIOGRAFIA:
Metafísica contemporânea/ Guido Imaguire, Custódio Luís S. de Almeida, Manfredo Araújo de Oliveira (org.). - Petrópolis, RJ: vozes, 2007. vários autores.

PAIDÉIA e ARETE A formação do Homem Grego


Janeilson Carlos Damasceno

O presente trabalho tem como objetivo geral contribuir para um estudo crítico e reflexivo sobre a educação grega, com o objetivo de perceber possíveis relações com a educação de hoje. Para tanto, pretende-se desenvolver uma pesquisa bibliográfica, levantando dados históricos da evolução da educação na Grécia, bem como, os ideais de educação daquela época, como por exemplo, a Paidéia e a Arete. O Homem é um ser histórico e por si só, cultural, partindo desde as culturas mais antigas, desde o aparecimento do homem, o pensamento grego é um marco na evolução humana, influenciando todo o ocidente. A reflexão sobre educação, permite dissertar que; educação é um processo em construção permanente, e o homem como um ser cultural, é um ser que se educa constantemente,

A História da Educação, não estuda o passado pelo passado, como coisa morta, mas utiliza esse conhecimento do passado como uma “chave” para entender o presente. O estudo da História da Educação, servi para encontrar o caminho de uma educação realmente voltada para o desenvolvimento pleno do homem e sua realização como cidadão. A visão que os gregos tinham do mundo os distinguia de todos os demais povos do mundo antigo. Os gregos colocaram a razão acima dos seus mitos e a utilizaram como instrumento a serviço do próprio homem. Os gregos glorificavam o homem como o ser mais importante do universo.

Os atenienses acreditavam que sua cidade-estado iria tornar-se a mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente as suas aptidões. O governo não controlava os alunos e as escolas. Um garoto ateniense entrava na escola aos seis anos e ficava sob os cuidados de um pedagogo que ensinava aritmética, literatura, música escrita e educação física; o aluno decorava muitos poemas e aprendia a fazer parte dos cortejos públicos e religiosos. As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com as mães. O principal objetivo da educação grega era preparar o menino para ser um bom cidadão. Os gregos antigos não contavam com uma educação técnica para preparar os estudantes para uma profissão ou negócio.
O conceito de Arete aparece como primeiro ideal educativo formulado pelos gregos. É em Homero e nos chamados poemas homéricos, a Ilíada e a Odisséia, que tal ideal educativo aparece originalmente formulado. Já no final da época arcaica, não bastava cobrir-se de honra e glória, como nos tempos homéricos, mas pretendia-se alcançar a excelência tanto no plano físico como no plano moral. Neste tempo aparece a figura do pedagogo, ou seja, do escravo que acompanhava o menino à escola e que vigiava o seu comportamento moral. Porém, este ideal educativo não ficava restrito à escola; a cidade continuava educando nas reuniões políticas, administrativas e jurídicas, nos jogos, nas artes, na arquitetura e nas representações dramáticas. Em nenhum lugar da Grécia o teatro era só para privilegiados, era a escola de todos os cidadãos.

A educação grega tinha duas finalidades: o desenvolvimento do cidadão fiel ao Estado e a formação do homem que adquiriu plena harmonia e domínio de si. Porém a educação grega também tinha uma finalidade cívica, ou seja, a educação é uma preparação para a cidadania. Para eles, o habitante da polis só é o que é porque vive na cidade e sem ela não é nada. Nesse sentido, é evidente que o homem é um animal político e como falou Aristóteles, o que difere o homem dos outros animais é sua qualidade de cidadão e habitante da polis. Essa consciência da cidadania faz sentir a necessidade de uma nova educação, pois a antiga, composta somente por ginástica e música, já não servia para a formação do cidadão e nem correspondia às novas exigências sociais e políticas. Por exemplo, a forma democrática de organização do Estado Ateniense, exigia a participação de todos os cidadãos, ou seja, homens livres e para que esses cidadãos participassem, era necessário ter eloqüência e uma boa formação oratória.

Neste contexto surgem os sofistas, uma nova estirpe de educadores que se apresentam como professores e que oferecem, a troco de dinheiro, o ensino da virtude e da Arete política. Os sofistas transformaram a educação em uma arte ou técnica, na qual eles são mestres e capazes de ensinarem aos seus alunos. Estava incluída neste tipo de educação a formação de homens de Estado e de dirigentes da vida pública. E para que esses homens atingissem êxito político, eles precisavam falar bem, construir discursos persuasivos e ter bons argumentos que justificassem suas posições. Era preciso dominar a arte sofística da oratória, da retórica e da dialética. Por isso os sofistas foram acusados de ensinar uma educação imoral e que corrompia a juventude, posto que, esta educação desconsiderava os valores tradicionais: verdade, justiça, virtude, retidão, etc. Pois para os sofistas não importava que a idéia que eles estivessem defendendo estivesse errada, o que importava era convencer pela oratória.


Durante os séculos V e VI a. C a cultura grega, impulsionada pelas transformações sociais e econômicas, sofre mudanças. Surgem novos grupos sociais ligados ao comércio, estes reclamam uma maior participação na vida política da Grécia. Ao lado disso, surge uma cultura mais crítica em relação ao saber religioso e mítico, que exalta a razão pessoal de cada indivíduo e é capaz de submeter à análise qualquer crença ou tradição. Para transmitir essa nova cultura, nasce um novo ideal de educação na Grécia, conhecido como Paidéia, que busca a formação do homem em suas várias esferas (social, política, cultural e educativa. Essa educação atribui ao homem, sobretudo, uma identidade cultural e histórica. Nasce a pedagogia como saber autônomo, sistemático e rigoroso; nasce o pensamento da educação como episteme; e não mais como ethos e como práxis apenas. A Paidéia é entendida como uma formação geral que dará ao homem a forma humana, ou seja, que o construirá como homem e como cidadão. O termo também significa a própria cultura construída a partir da educação. Era o ideal que os gregos cultivavam do mundo, para si e para sua juventude. Assim, ela significou a educação do homem de acordo com a verdadeira forma humana e que brota da idéia.

O termo Paidéia não pode ser traduzido simplesmente como educação, significa muito mais que isso, significa também cultura, instrução e formação do homem grego. Este termo começou a ser utilizado no séc. IV a.c. e nesta época significava apenas a criação dos meninos. Mas o seu significado se alargou e passou a designar também o conteúdo e o produto dessa educação. Enfim, a Paidéia, é a busca do conhecimento do homem, de forma individual, para que este possa interferir na organização política e social da pólis, a idéia principal é colocar o homem a par de todo o conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a comunidade ao seu redor.
A educação formal, propriamente dita, teve início na Grécia antiga. Com intuito de atingir o objetivo deste trabalho é possível indicar alguns traços característicos da cultura grega que proporcionaram o desenvolvimento do ensino, tipo: o descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, o reconhecimento da razão, da inteligência crítica, a criação da vida cidadã, do Estado, da organização política. A criação da liberdade individual e política dentro da lei e do Estado; a invenção da poesia épica, da história, da literatura dramática, da filosofia e das ciências físicas; o reconhecimento do valor decisivo da educação na vida social e individual; da educação pública a consideração da educação humana em sua integridade física, intelectual, ética e estética.

Todas essas características anteriormente citadas continuam sendo metas a serem atingidas pela educação atual. Assim, espera-se que esse trabalho possa ter colaborado para a efetivação de um estudo crítico e reflexivo sobre a educação grega a partir do contexto histórico-social que a influenciou e determinou sob a perspectiva de que, sendo a educação uns produtos humanos e históricos, pudessem perceber a educação atual como parte do desenvolvimento histórico. Paidéia é, talvez, entre todas, a maior e mais original criação cultural do gênio e do espírito gregos e que ainda hoje é pertinente à educação do homem atual, é modelo a ser seguido por todos aqueles que entenderem a educação como prática da liberdade. Enfim, em matéria de educação, os gregos não só definem o modelo, como, indicam a pedagogia a seguir. Por tudo isso, somos levados a concluir que uma história da educação, com sentido e significado para nós, para a nossa realidade educativa atual começa na Grécia Antiga.

BIBLIOGRAFIA:
JAEGER, Werner wilhelm. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira. – 4ª ed. – São Paulo; Martins Fontes, 2001.

KARL POPPER: OTIMISMO E PESSIMISMO EPISTEMOLÓGICOS NOS DIALOGOS PLATONICOS


Janeilson Carlos Damasceno



Trabalho apresentado na disciplina de Teoria do conhecimento, Prof: Dax Moraes.Como requisito parcial avaliativo do Curso de Filosofia da Universidade estadual do Rio grande o norte, campus de Caicó, para a obtenção dos créditos da disciplina do 4° período .
Caicó-RN
2009.2

Karl Popper apresenta duas teses opostas basicamente só na aparência sobre o alcance do conhecimento. Na sua exposição Popper tem o intuito de esclarecer a doutrina do otimismo epistemológico; ele apresenta também a doutrina do pessimismo epistemológico, que consiste na descrença do poder humano em discernir a verdade.
Até Platão os sábios e os filósofos faziam referência às fontes de conhecimento como de natureza divina. Heráclito e Parmênides afirmavam a existência de fontes divinas que garantiam a veracidade de suas historias e seu conhecimento. Heráclito considerava-se um profeta possuído por Zeus fonte de toda sabedoria. Parmênides possui como guia e inspiração a deusa Diké, descrita por Heráclito como a guardiã da verdade. A doutrina da origem divina do conhecimento tem um papel decisivo na teoria da anamnesis de Platão, onde ele mantém o otimismo de que a verdade pode ser alcançada pelo homem, mas, em certa medida, ele da a todos os homens o acesso as fontes do conhecimento, essa doutrina é chamada de doutrina da verdade evidente, e pode ser observada no diálogo Mênon de Platão.
No Mênon, Platão diz que não há nada que nossa alma imortal já não saiba antes de nascermos, como todas as naturezas são semelhantes, nossa alma é semelhante a todas as naturezas. Ao nascer esquecemos, mas podemos recobrar a memória, e recuperar o conhecimento que já tínhamos, ao ver de novo a verdade, nós a reconhecemos; essa seria a causa da nossa ignorância. Essa teoria implica que nossa alma permanece num estado divino de onisciência enquanto participa do mundo divino da natureza, antes do nascimento. Este acontecimento corresponde a queda do estado de graça, do estado divino no qual tudo conhecemos, este seria, portanto, a causa e a origem da nossa ignorância.
Popper declara que existe um laço entre a teoria da anamnesis e a doutrina da verdade evidente; mesmo no estado de privação e esquecimento, se virmos a verdade não poderemos deixar de reconhecê-la. O otimismo epistemológico, a doutrina da verdade evidente e a teoria da conspiração, têm conseqüências negativas, parecidas com o pessimismo epistemológico. Popper observa que, o problema principal do otimismo epistemológico é que a verdade é frequentemente difícil de ser encontrada, e se perde com grande facilidade, e que crenças errôneas têm a capacidade de sobreviver por milhares de anos.
A descrença no poder da razão humana de discernir a verdade gera o pessimismo epistemológico. A doutrina da anamnesis de Platão é otimista porque acredita que qualquer um pode alcançar a verdade. Platão demonstra isso fazendo com que o escravo Mênon, sem qualquer instrução em geometria, construísse um quadrado com o dobro da área de um outro, Mênon pôde fazer isso pelo fato de que aquele conhecimento estar nele próprio, na sua alma.
Platão modifica sua epistemologia otimista tornando-a pessimista, na Republica. Platão diz: numa caverna, homens estão acorrentados de uma maneira que só podem olhar para a parede a sua frente e nela vêem somente sombras de objetos que não vêem, ao passarem na entrada da caverna, como também não vêem a luz que ilumina essas coisas, projetando sombras. Se, por um acaso, acontecesse que um prisioneiro conseguisse virar a cabeça e descobrir os objetos reais, concluiria que sua visão até então era sombra de uma realidade que lhe era oculta. Se, enfim, pudesse sair da caverna poderia ver o fogo ou o Sol que são a origem ou causa das sombras as quais pode observar dentro da caverna. Na comparação da caverna, o prisioneiro, só depois de libertado, poderá superar a mera opinião e conhecer a verdade, e teria a possibilidade de, pouco a pouco, chegar as idéias.
Para Platão, conhecimento verdadeiro só é possível em relação ao mundo transcendente das idéias. O acesso para compreender as idéias não é a experiência sensível, por que os sentidos podem enganar. O conhecimento das idéias baseia-se na suposição de que a alma, num estagio anterior, já as tenha captado.
Na analogia da caverna Platão mostra que, o mundo da nossa experiência é apenas sombra, um reflexo do mundo real; mesmo que um dos prisioneiros pudesse escapar da caverna para ver o mundo da realidade, enfrentaria dificuldades para entendê-lo, e também para transmitir sua experiência aos outros prisioneiros da obscuridade. Os obstáculos que surgem no processo de compreensão do mundo real são quase sobre-humanos, só uns poucos podem alcançar o estado divino de entendimento da realidade. Esses poucos, segundo Platão, são os filósofos, é por isso que estes devem governar, pois são os únicos capazes de alcançar o conhecimento da verdade.
Para Popper essa é uma teoria pessimista, no que se refere a quase toda a humanidade, pois ensina que só uns poucos eleitos podem alcançar a verdade. Mas, com relação a esses poucos, é uma visão mais otimista que a doutrina da verdade evidente assim, em Platão se encontra a primeira transição do otimismo para o pessimismo na teoria do conhecimento.

“A Tecnologia Assistiva vencendo barreiras, possibilitando saberes.”

“A Tecnologia Assistiva vencendo barreiras, possibilitando saberes.”
Janeilson Carlos Damasceno

Trabalho apresentado na disciplina de Educação especial, Prof: Iva Costa .Como pré-requisito parcial avaliativo do Curso de Filosofia da Universidade estadual do Rio grande o norte, campus de Caicó, para a obtenção dos créditos da disciplina do 6° período .
caicó-RN
2009.2

As tecnologias assistivas disponibilizam a construção da autonomia, aprendizado, desenvolvimento e inclusão social de alunos com necessidades educacionais especiais. Dessa forma na sociedade atual com novas realidades e paradigmas humanos é possível questionar a diversidade e pensar novos caminhos de inclusão social da pessoa com deficiência.
O desenvolvimento de recursos de acessibilidade é uma maneira concreta de neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse individuo – até então com limitações – nos ambientes ricos para a aprendizagem, proporcionados pela cultura, podendo também combater os preconceitos a que os indivíduos com deficiência esta sujeito.
Tecnologia assistiva é qualquer ferramenta, recurso ou processo utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia a pessoa com deficiência.
A grande maioria das necessidades dos alunos é resolvida com recursos de baixo custo, simples e artesanais, muitas vezes pesquisados e desenvolvidos por seus professores. Existem também sofisticados programas de computador que proporcionam a acessibilidade.
As tecnologias assistivas que serão utilizadas com os alunos têm que partir de um estudo individual de cada um.

Do equilíbrio do corpo, ou o modo como o corpo é pensado enquanto questão filosófica.


O corpo humano (sarkós) é um componente importante para a compreensão do pensamento epicúreo como um todo. O corpo é pensado como um receptáculo das influencias sensíveis que o meio exerce sobre o individuo. Ele é o ponto de partida da percepção humana, a partir dele tem lugar a aisthesis, que é o conjunto das sensações, de onde serão possíveis as prolépseis, ou impressões sensíveis, que serão operadas pelo pensamento (dianóia). Mas o que é este corpo para Epicuro?

A compreensão epicúrea de corpo humano (sarkós):

Segundo Epicuro, conhecemos as coisas quando sentimos sua expressão em nós. Neste sentido, buscamos naturalmente afecções que produzam sensações constitutivas e agradáveis. O corpo se comunica com as coisas do mundo provando-as e tendo como critério de escolha e rejeição das afecções possíveis o prazer e a dor.
A alma também é corpo. Distingue-se da carne por suas propriedades físicas e por sua função racional e imaginativa, que articula as impressões sensíveis e projeta-as enquanto pensamento. A interação feita entre carne e alma transforma as sensações em sentimentos ou ainda, em compreensão ou pensamento. Carne e alma não podem ser pensadas separadamente.
As afecções só se expressam como prazer ou dor na interação carne/alma.
É neste ponto que incide a possibilidade do equilíbrio do corpo. Na compreensão epicpurea, duas possibilidades de equilíbrio podem ser aferidas. A primeira nos remete aos cuidados que é preciso ter com o corpo carne, tanto no sentido de evitar as carências e os excessos, que provocam as doenças, quanto no de curá-las. A segunda revela que o equilíbrio resulta da ação do pensamento sobre o corpo-carne e que pode ser descrito como uma espécie de terapeía, onde o logos atua diretamente no corpo, possibilitando o estabelecimento de uma medida-limite para os desejos carnais, que nem sempre se acalmam com a simples repleção, são desejos naturais ao corpo. Neste estado, o corpo encontra-se já em equilíbrio e expressa o bem-estar, ou prazer. A satisfação dos desejos naturais mais não necessários poderá fazer variar o prazer que ele já sente.

Como Epicuro trabalha essa relação na sua filosofia tendo em vista a busca por equilíbrio? A resposta a essa questão implica entender a questão dos “desejos da carne”. A classificação de Epicuro apresenta três categorias que dispõem a respeito da aquisição do bem-estar e da manutenção de uma boa disposição para o corpo, e como o que causa o seu desequilíbrio. A classificação dos desejos apresenta o seguinte quadro: existem os desejos naturais e necessários, os naturais e desnecessários e os não naturais e não necessários.
Simplificadamente tem-se o seguinte: os desejos naturais e necessários são aqueles que impelem o corpo na direção das coisas que bastam à sua satisfação, por exemplo, o corpo necessita basicamente de alimentos, de água e de proteger-se do frio e intempéries similares; os desejos naturais e desnecessários são aqueles vinculados aos excessos ou carência de algo; e os desejos não naturais e desnecessários dizem respeito à externalidade, tais como a ereção de estátuas ou imagens em honra de si próprio.
Para Epicuro, viver de acordo com a natureza significa dar vazão aos desejos naturais e necessários, entendendo que a medida de satisfação desses desejos está na relação estabelecida entre o corpo e os fenômenos de repleção, satisfação e proteção oferecidos pelo mundo natural. A natureza nos oferece mais do que o necessário, daí surge a importância de “trabalhar” o domínio de si, ou seja, de buscar um métron capaz de auxiliar a aquisição do equilíbrio. Para a realização dos desejos naturais e necessários, importa circunscrever o agir humano no âmbito da phrónesis (sabedoria) e da autárkeia (o senhorio de si mesmo). Assim, a atitude de uma pessoa marcada pela phrónesis implica numa “vontade esclarecida”. Toda essa posição pode ser retomada pela seguinte assertiva de Diógenes Laércio: “Tudo o que é natural pode ser facilmente satisfeito, ao passo que tudo o que é vão é difícil de satisfazer”
Tendo presente de que tudo o que precisamos está na natureza, Epicuro parece indicar que o melhor phármakon (remédio) para o restabelecimento ou manutenção da saúde do corpo é a alimentação equilibrada e a administração de cuidados necessários à prevenção contra todo excesso e toda carência.
A analise dos sarkós envolve um conjunto de reflexões em torno do cuidado do corpo.
Sabemos de diversas interseções entre medicina e filosofia no pensamento antigo, podemos estabelecer analogias entre a medida do agir e a medida do cuidar, ambas tendendo sempre a um equilibrio, seja como “justa medida”, seja como ”meio-termo”.
Tanto a filosofia, quanto a medicina buscam explicar o cuidado de si, tendo em vista que a ação de cuidar é própria do ser do homem.
Epicuro concebe a filosofia como o exercício de uma sabedoria para a vida e pensa ser este o caminho para a realização da natureza do sofhós em seu vigor e potencia. O saber medico parece também buscar a realização do corpo em todo o seu vigor e potencia, que são expressos do modo de ser da própria natureza.
A medicina surge como techné primeiramente enquanto prescrição alimentar, que se serve da dosagem como critério de medida para manter ou restituir o equilíbrio ao corpo.
O contexto no qual a medida antiga situa o homem é o mundo natural. Conhecer os problemas de determinado homem, para assim diagnosticá-lo, significava conhecer o que ele é em relação ao que ele como e bebe, a sua maneira de viver e os efeitos que tudo isto produz. A medicina é uma techné, pois tende a conhecer a natureza das realidades sobre as quais se debruça.
O saber medico busca se preciso, mais não é uma ciência exata; ainda que vise estabelecer uma medida que restaure o equilibrio de um corpo, ela não trabalha com números genéricos que possam ser apresentados com exatidão. Em medicina, a esta precisão raramente se encontra, talvez por trabalhar, sobretudo com a ordem concreta e fenomênica da realidade.
A medicina antiga, paralelamente à physiología grega, compreende a natureza animada do homem como efeito da combinação das quatro qualidades fundamentais, ou seja: o quente, o frio, o seco e o úmido. Isto a que chamam combinação tem uma modo pleno de se dar, ao qual podemos chamar equilíbrio.
Um corpo esta em equilíbrio, quando seus humores se encontram numa proporção justa, isto é, quando o organismo corresponde ao seu sentido próprio de realização ou a sua natureza.
E a doença decorre necessariamente do desequilíbrio ou desarmonia entre os humores. Já o tratamento pra a restituição do equilíbrio depende da compreensão que o medico tem da doença e dos meios, se eles existem, de combatê-la.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. da 1ª versão brasileira coordenada e revista por Alfredo Bosi; revisão da tradução e tradução de novos textos Ivone Castilho Benedetti. 4ª edição, Martins Fontes: São Paulo, 2000.
HUISMAN, Denis. Dicionário dos Filósofos. Martins Fontes: São Paulo, 2001.
SILVA, Markus. Epicuro: sabedoria e jardim. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003